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Biotipo Precoce

Publicado em 15/05/2018

Por: Equipe BrasilcomZ

Olá, amigos da lida. Já estamos no mês de maio, mais alguns dias e terá início mais uma ExpoZebu, que este ano traz um tema respeitável: a comemoração dos 80 anos do registro genealógico das raças zebuínas. Pela BrasilcomZ, seguimos firmes. Em viagem para a Colômbia, vou julgar a raça Brahman com muita honra, já que o país é uma referência em Brahman funcional. Enquanto isso, no campo, estamos finalizando as avaliações morfológicas de sobreano pelo Brasil e pela Bolívia, sempre utilizando a metodologia EPMURAS como ferramenta principal para compor um índice fenotípico. Em relação à política, devo começar desdizendo aquilo que foi dito na coluna do mês passado, pois já estamos com quase duas semanas que o ex-presidente foi preso a partir de uma decisão judicial histórica para democracia de nosso País. Vale dizer que foi um julgamento acirrado no STF (Supremo Tribunal Federal), mas prevaleceu a justiça. Fatos como esse e outros que o antecederam nos dão esperança de mudanças maiores na moral do Brasil, bem como na independência dos poderes, condição essencial para o exercício da democracia plena. Entrando no tema técnico da coluna deste mês, vamos falar sobre a importância da profundidade de costelas e virilha baixa observadas em um bovino, chamada no EPMURAS de Precocidade (P). O que se pensava foi confirmado: P é realmente a característica morfológica mais relacionada com acabamento de carcaça e também com precocidade sexual, além de correlações significativas também com as demais características reprodutivas avaliadas pelo programa de melhoramento genético da Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP). Tais afirmações são conclusões dos últimos trabalhos relacionados ao tema publicados em revistas científicas nacionais e internacionais. Para quem acompanha o desempenho reprodutivo observando o rebanho no campo e nos currais, fica claro que a vaca criadeira, a boa mesmo, apresenta costelas bastante profundas. O tema empírico corresponde com a ciência a partir de trabalhos que demostram que P apresenta correlações genéticas bastante expressivas com as características reprodutivas: idade ao primeiro parto, probabilidade de prenhez precoce e capacidade de permanência da fêmea no rebanho, conhecida como stayability, além de alta correlação com acabamento de carcaça medido por ultrassonografia. Tudo isso ajuda a explicar porque matrizes costeludas se mantêm em melhor escore corporal a campo – lembrando que escore corporal baixo compromete o desempenho reprodutivo. Vale lembrar que nem sempre foi assim. Quando estudei o moderno novilho de corte preconizado na década de 1980, o que se buscava eram animais cilíndricos, altos e pouco profundos, conceito que fez com que touros como Inca POI e congêneres fossem valorizados como referência. Depois disso, houve muita evolução e, nas décadas de 1990 e de 2000, a ABCZ já preconiza o animal Nelore equilibrado em 50% de altura de membros e 50% de costelas. Hoje, creio que a proporção indicada para melhor eficiência na pecuária já é outra, não me surpreenderia se a gravura do modelo referência da raça Nelore apresentar entre 60 e 70% de costelas em relação à altura dos membros. Não tenho dúvidas que deva ser um biotipo precoce – mais costelas do que pernas – só falta definir as proporções mais adequadas para os diferentes sistemas de produção. Essa resposta virá também pela ciência respondendo a perguntas feitas por homens de visão. Com isso, vamos juntando a universidade com a sabedoria para definirmos um biotipo-referência nas proporções ideais para o Nelore brasileiro, tendo em vista a sua maior eficiência produtiva. Está na hora! Vamos que vamos!