Olá meus amigos, como estão vocês? Espero que todos bem. Nesse mês de junho quase findado e já vencida metade do ano, me vejo pensando e refletindo como a Bovinocultura evoluiu e segue evoluindo desde seus primórdios, e me bate a curiosidade de como ela será no futuro. História e ciência justificam e projetam muito sobre a evolução do gado, fortemente embasadas em aferições e informações, assim vou expor um pouco sobre a importância das medições dentro da criação de gado.

No início, antes da própria domesticação dos bovinos, a natureza era a encarregada de “ponderar e estimar” o que era justificável ser mantido e perpetuado dentro da espécie: cor da pelagem, temperamento, tamanho, vigor, adaptabilidade, facilidade de nascimento, resistência e/ou tolerância a parasitas e boa locomoção. Quando o homem quando domesticou o gado, passou a interferir nesses pontos e a direcionar e especificar aptidões. Até por volta do século XVIII, ou seja, durante uma boa parte da história, a seleção seguia um rumo mais “solto”, a criação teve suas mudanças em relação à ancestralidade, mas o controle das ponderações ainda era pesado pela natureza.

A Revolução Industrial trouxe o crescimento da população, e a produção de alimentos como um todo exigiu especialização e foco para que as pessoas fossem alimentadas. Nessa época também ocorria o estabelecimento de padrões raciais para as raças britânicas e era dado cada vez mais importância para o conhecimento dos pais e familiares dos animais, aqui se começava a medir e aferir dados a respeito de genealogia.

O conhecimento das linhagens e famílias proporcionou o direcionamento daquelas mais produtoras de carne e daquelas mais produtoras de leite, bem como conhecer quais eram suas qualidades e senões. Com o passar do tempo se alcançou a especialização de determinadas raças. Essas especializações passaram a exigir mensurações e coletas de dados de características dos animais como: ganho em peso, peso em várias idades, volume de leite produzido, porcentagem de sólidos no leite; medidas morfométricas como altura de garupa, comprimento corporal, perímetro torácico; assim como escores visuais para condição corporal, temperamento, biotipo, conformação frigorífica entre outras características.

Como a pecuária feita no mundo não é igual em todos os países, e dentro de um mesmo país o foco e os objetivos de cada criador não são os mesmos, várias linhas de trabalho foram desenvolvidas, mas todos tendo em vista a melhora dos animais, e para isso mensurações e coleta de informações são necessárias. Munidos de boas informações, coletadas de forma correta se pode direcionar e chegar onde quiser.

Atualmente para o gado temos além das medidas que citei, muitas outras obtidas por observações que não devem ser abandonadas em detrimento de novas tecnologias, mas sim associadas a métodos como avaliações por ultrassonografia, seja de carcaça e/ou reprodutiva, avaliações genéticas (DEPs, PTAs, STAs), avaliações genômicas, índices zootécnicos, métricas gerencias e financeiras.

E bem, isso tudo se amarra no título de nossa coluna: “MEDIR, MEDIR E MEDIR”. Essa é parte de uma frase que o Professor Jan Bonsma, formador da raça Bonsmara e professor da Universidade de Pretória da África do Sul disse, “Medir, medir e medir, mantendo sempre abertas as portas do frigorífico e sendo impiedoso na seleção”. Isso reflete que tendo os critérios e metas estabelecidos e quantificados, os que não se adequam devem ser descartados.

Bem, meus amigos, aqui encerrando uma breve exposição do que acredito cabe citar o que li uma vez: “Em Deus nós confiamos, todos os outros devem apresentar dados” (Edwards Deming). Todo rumo deve ser tomado apoiado em consistências e valores que podem ser quantificados, parametrizados e assim fugimos daquela que “Quem planta acho colhe quase” (Antônio Chaker El-Memari Neto). Um abraço e até outra hora!