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“NOVAS GERAÇÕES”

Publicado em 08/11/2021

Por: Guilherme Faria Costa

Olá meus amigos, mais 60 dias e estaremos quase em 2022, no dia da virada. O ano passou voando. Escrevo está coluna de volta ao Brasil, depois de feita minha primeira viagem de avião e mais ainda, minha primeira viagem internacional, fui à Bolívia. Um país muito interessante de boas pessoas e que vale à pena conhecer. Dessa vez vou escrever sobre um tema que me acompanhou nessa viagem, e que parte da seguinte frase de Aristóteles: “O verdadeiro discípulo é aquele que supera o mestre.”

 Eu a escutei de uma maneira um pouco distinta, lá mesmo na Bolívia: “Infeliz o mestre o qual não é superado por seu discípulo”, isso remete a um princípio, onde as novas gerações tendem a ser melhores que as gerações passadas, mas vejam bem que eu escrevo TENDEM, o que não quer dizer com 100% de certeza que IRÃO. É peculiar como estas frases têm a ver com o gado, e claro, também com nossas vidas.

Por parte da pecuária podemos traçar uma linha que se inicia a milhares de anos atrás, as várias técnicas de criação de gado mudaram com o passar dos anos, em todos os seus aspectos, desde manejo e sanidade, até nutrição e genética. Afirmar que do avô do meu bisavô até hoje não houveram melhoras, seria assinar um atestado de incompetência da nossa parte como sucessores. Tudo o que eles devotaram a melhorar para seus filhos, e os filhos de seus filhos, até chegar a nós, teria sido tempo perdido.

Advirto antes de mais nada, que ouvir os mais velhos é muito importante, me encanta fazê-lo, pois eles têm uma vivência muito maior do que a nossa, mas tempo nessa vida. Uma coisa que seria inocência não admitir que muitos de nossos pais e avós fazem melhor que nós, é observar. As gerações mais novas têm perdido cada vez mais a sensibilidade de olhar, talvez pelo bate pronto da tecnologia na ponta dos dedos?

E isso tudo tem a ver com criação de gado? Tem e muito. O melhoramento genético resulta da seleção e dos acasalamentos, a medida que a média das gerações posteriores supere a média as gerações anteriores em produtividade e qualidade. Isso parte da premissa que selecionando sempre os melhores e os multiplicando, deslocamos a curva de Gauss – a curva de distribuição normal – para frente que vai andando conforme caminhamos com a seleção para qualquer característica. Isso quer dizer que um touro e/ou uma matriz têm o potencial para ser melhores que seus pais. Em alguns casos, pode não ocorrer, já que biologia não é matemática, por mais que possamos inferi-la estatisticamente; e relembrando o que já disse em outra coluna, “Pé de jaca não dá melancia”.

O que eu quero dizer é que: um filho tem todo o potencial para superar seu pai, mas se ele recebe um pouco mais de carga genética de sua mãe e não de seu pai, com este novo arranjo gênico e sua expressão no ambiente, pode ser que ele se mantenha igual, ou ainda não supere o genitor. Existem sim, touros e matrizes atemporais que foram tão fora da curva em seu tempo que não podem ser superados facilmente, mas eles são a exceção e não a regra.

Bem, meus amigos, chegando ao fim deste artigo que foi mais opinativo que técnico, gostaria de brevemente explicar o porquê de abordá-lo. Eu não tenho uma vivencia grande como muitos de minha área têm (10, 15, 20, 30 anos), e tenho estado junto de outros que na mesma idade ou até mais novos que eu, já se empenham grandemente pela bovinocultura, companhias assim me animam. Penso, e gosto de acreditar que nós (eu e muitos bons amigos) estamos sendo formados, preparados para o voo, para que, na sua devida hora, o bastão nos possa ser passado, e nós no nosso tempo, também o possamos passar. Um abraço e até outra hora!