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“DEDO DE PROSA”

Publicado em 30/10/2020

Por: Guilherme Faria Costa

Olá meus amigos, lavro esta nova crônica esperando que o ano, mesmo que conturbado, já esteja quase ganho pelos companheiros, e que todos tenham passado por ele da melhor forma possível. Começo este relato usando como ponto de partida a expressão que uma vez ouvi de um amigo, “Você sabe que alguém gosta ( de gado quando se conversa até mesmo sentado em uma mesa de bar!” O tema sobre o qual vou tratar é conversa de curral.
Os bovinos começaram a ser domesticados entre 5 e 10 mil anos atrás, em basicamente dois centros distintos, o Crescente Fértil e o Vale do Rio Indo De lá pra cá, com um grande salto de milhares de anos, se chega a Robert Bakewell o “ do melhoramento genético e da seleção de gado, no início do século XVIII Bakewell foi o primeiro a organizar pedigrees e documentos que atestassem a origem de seus animais.
De 300 anos até hoje, uma distância relativamente menor que a anterior, muito se evoluiu e se ajustou nos processos de criação de gado da nutrição à sanidade, do manejo às condições que se expõem os animais Porém um detalhe que, acredito eu, originou se antes mesmo de Bakewell e que continuará vigente até tempos futuros, é a conversa de curral.
Para aqueles que são técnicos, pecuaristas, criadores, selecionadores e amantes do gado, formados em instituições de ensino superior, e formados na escola da vida, os méritos de conversar sobre gado, e o prazer que isso acarreta, são muito grandes. A conversa de curral, que se pode dizer sinônima a conversar sobre gado, transmite conhecimento e troca de experiências, dela se extraem muitas lições e vivências que o convívio pecuário proporciona.
Um antropólogo inglês chamado Evans Pritchard quando junto do povo Nuer do Sudão do Sul, relatou que qualquer assunto tratado com eles, em algum momento, acabaria voltando ao gado De uma maneira muito feliz, ele escreveu ::“Seu idioma social é um idioma bovino”.
As conversas de curral unem em torno de si aqueles que apreciam o gado, isso cria ao longo do tempo vínculos de numerosos relacionamentos socias.
Para aqueles que realmente gostam desse meio e desses animais não há hora ou lugar para que surja, invariavelmente, o tema gado, seja em um fórum, em um congresso, um simpósio, em aulas, no bar, em uma festa, pelo celular, pessoalmente ou por um grupo no Whatsapp.

A isso devo o nome dessa coluna DEDO DE PROSA Essa expressão é cordialmente usada quando se pretende ter uma conversa amigável e agradável com alguém e, por mais que haja opiniões divergentes em debate, com respeito às duas partes, ao final do assunto todos saem com novos conhecimentos.
Bem meus amigos, lapidado nosso relato, me resta dizer que, falar o bovinês ou o taurinês ou ainda o zebuzês é sempre conversar sobre paixão e técnica ao mesmo tempo, isso nos move, nos faz felizes e nos propicia amizades e oportunidades que, parafraseando uma expressão popular respeitosamente a essencialidade de todas as profissões,“Pode até ter área mais interessante, mas prestar, não presta não!”.

Um abraço e até outra hora!