Saiba mais sobre tudo que rola no mundo da pecuária!
Publicado em 14/11/2023
Por: William Koury Filho
Prezados leitores, o título da coluna deste mês está totalmente em sintonia com a provocação de Lúcio Aneu Sêneca, filósofo reconhecido como um dos intelectuais de maior influência no Império Romano.
Pois é, acabo de retornar do encontro do colegiado de jurados das raças zebuínas, um evento que superou expectativas. Eu explico por qual razão. O encontro do colegiado permite interação com atores importantes da pecuária e que, de alguma maneira, influenciam a atividade no país. Atividade que, diga-se de passagem, é bastante representativa na Economia, sem falar da função social de produzir alimentos para a humanidade e de gerar milhares de empregos. Por isso, deveríamos explicar melhor nossos conceitos de sustentabilidade tendo em vista obter a melhor compreensão pela sociedade.
Confesso que fui sem grandes expectativas para o encontro, mas logo me empolguei ao chegar e encontrar grandes amigos – cativados pelos muitos anos de trabalho em julgamentos, acasalamentos e seleção de raças zebuínas. Foi aí que meu astral mudou: é muito bom rever tanta gente que valeu a pena ter conhecido nesta vida.
Além dos amigos, fomos brindados com a palestra proferida pelo Prof. Pietro Baruselli, que apresentou informações relevantes sobre reprodução de bovinos de corte, gerando muito subsídio àqueles que estão sempre em busca de melhores soluções nesta área. O evento seguiu com o debate estimulado pelo Fred Mendes e já mostrou que o seleto auditório estava a fim de aproveitar os dois dias de atualização com diálogos em altíssimo nível.
À tarde, seguimos com o tema reprodução, mas falando de touros, com o Athos Pastore, que tem grande experiência de campo em centrais e fazendas da América Latina, junto ao debatedor – outra fera – o Dr. Fernando Vilela.
O dia seguinte começou com um show de Fábio Fogaça, que apresentou números extremamente consistentes para auxiliar a seleção do gado com aptidão leiteira. Depois, tivemos a Dra. Luciana chegando à fronteira da ciência ao falar de metabolômica: uma maneira diferente de olhar para um indivíduo formado por bilhões de células e microrganismos que convivem em simbiose como uma coisa só. Que odisseia!
Na reta final do evento, contamos com o depoimento dos presidentes e representantes das associações promocionais de raça, o que propiciou um debate mais acalorado, tanto pelo tema de como serão os julgamentos - jurado único, jurado e assistente ou comissão - quanto por tocar na ferida das idades fraudadas, o famoso “gato” (buscando inibir esse tipo de ação inescrupulosa).
Voltando ao título da coluna, nesse momento veio à tona o tema do modelo animal a ser perseguido em cada uma das raças zebuínas. Não é fácil, mas penso ser um exercício importante, neste momento, posicionar o que seria o true type de cada raça, opinião também defendida pelo superintendente técnico da ABCZ, Luiz A. Josahkian. Aliás, Josahkian conduziu habilmente todo o evento e soube falar nos momentos precisos para que o diálogo sadio não perdesse o rumo.
É óbvio que não saímos com um modelo totalmente definido, em suas medidas e proporções para idade, mas penso que o rumo está cada vez mais claro a partir dos conceitos abaixo, fruto de uma pesquisa prévia realizada pelo colegiado levando em consideração o grau de importância de cada característica selecionada.
No corte, pela ordem de importância das características, temos: “o animal mais próximo do ideal seria aquele de membros e aprumos perfeitos, características sexuais bem definidas, aparelho reprodutivo correto, de excelente conformação frigorífica, precocidade sexual, terminação e musculatura, racialmente adequado, com boa área de olho de lombo, boa pigmentação, peso adequado, sem ser excessivo; bom ganho em peso, bom revestimento de gordura e traços de marmoreiro”.
Esse é o porto para o qual devemos nos dirigir. É isso aí! Vamos que vamos!