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“A RAÇA MÃE”

Publicado em 25/06/2020

Por: Guilherme Faria Costa

Olá meus amigos, escrevo esta coluna esperando que estejam bem nestes tempos complicados. Dando sequência aos capítulos dos contos, escolhi para este relato a raça que tem como alcunha o título da coluna, o SHORTHORN.

O Shorthorn é uma raça landrace – termo usado para qualificar raças que se desenvolveram em uma região específica, a partir de animais já existentes ali, não sendo resultantes de cruzamento com raças de outros locais. O Shorthorn se desenvolveu nos condados de York, Durham e da Nortúmbria, no nordeste da Inglaterra, inicialmente, a partir de tipos bovinos: Bos primigenius (Auroque) e o Bos longifrons (Celta de Chifres Curtos). A posteriori, se lapidou no vale do rio Tees, por volta de 1600, pela união de populações antigas do gado Teeswater, Holderness, Durham e Yorkshire acrescidos, provavelmente, de bovinos vermelhos anglo-saxões e bovinos vermelhos e brancos de origem holandesa. Toda essa base fixou as cores hoje vistas na raça, quais sejam: o vermelho, rosilho, branco e vermelho e branco.

A raça foi o segundo bovino a ter seu padrão racial fixado, com seu livro de registro genealógico (Herd Book) estabelecido em 1822. Seus grandes criadores e selecionadores iniciais foram os Irmãos Collings, Thomas Bates e Thomas Booth, ferrenhos defensores e propagadores que contribuíram para que a raça – já com boa reputação na época (século XIX) por sua conformação e habilidade leiteira – também prevalecesse como protagonista da indústria de carne escocesa. Um ponto que vale ser ressaltado, é que o Shorthorn sempre teve uma linhagem leiteira especializada, o Dairy Shorthorn. Nos EUA foi desenvolvido o Milking Shorthorn, que se formou a partir do Dairy Shorthorn e de Holandês Vermelho e Branco.

As qualidades que o Shorthorn apresentou decorrentes de grande atenção por parte de seus melhoradores fizeram com que a raça tivesse demandas primordiais por outros países, espalhando-a pelos demais continentes onde foi muito expressiva. Países como a Argentina e a Austrália tiveram suas indústrias da carne firmadas sobre o alicerce do Shorthorn. No Brasil o primeiro produto a ser registrado foi um animal de nome Count Barrington datado de 26/08/1906; no país, o Shorthorn teve seu auge entre as décadas de 1960 e 1980, mantendo até hoje criadores.

O maior destaque para a raça vem de sua grande habilidade materna, da fertilidade e facilidade de parto, somados à maciez, marmoreio, precocidade e temperamento dócil, que fazem do Shorthorn além de uma boa mãe, um bom animal para terminação.

“Raça Mãe” é como muitos criadores chamam o Shorthorn, pois além de se basear nestas características citadas, conta com o respaldo de contribuição em mais de 60 raças ao redor do mundo; no próprio Reino Unido está oficialmente na composição de 7 raças entre puras e cruzadas. Das raças formadas e consolidadas pelo Shorthorn, nos mais variados países podemos citar, o Santa Gertrudes e o Beefmaster nos EUA, o Bonsmara na África do Sul, o Droughtmaster e o Murray Grey na Austrália; na Europa, temos o Lincoln Red na Inglaterra, e o Maine Anjou/Rouge Des Prés na França, citando alguns dos muitos exemplos.

Bem, meus amigos, encerro por aqui mais este capítulo das crônicas do gênero Bos. Espero ter contribuído para a difusão desta tão importante “Raça Mãe”, que tem grandiosa contribuição à diversas raças na pecuária mundial. Um abraço e até outra hora!

Guilherme Faria Costa.