Saiba mais sobre tudo que rola no mundo da pecuária!
Publicado em 15/04/2019
Por: Equipe BrasilcomZ
Olá amigos do agro, depois de um grande veranico no início de ano, que prejudicou o crescimento do capim e comprometeu o desenvolvimento da lavoura de grãos, São Pedro mandou água com força na primeira quinzena de março, complicando colheitas e causando danos em muitas cidades. Na política, tivemos um golpe duro na operação Lava Jato conferido pelo Supremo Tribunal Federal – STF, ao atribuir funções de combate à corrupção e lavagem de dinheiro para o Supremo Tribunal Eleitoral – STE.
Falando em política, hoje estou na Bolívia, país que vive um momento complicado em decorrência de um governo de esquerda que pensa ser o dono do país, mas que traz exemplos de prosperidade muito interessantes por parte dos agropecuaristas locais. Por convite de meu amigo e sócio Eduardo Jordan, tive a oportunidade de participar de uma reunião do CREA (Consórcio Regional de Experimentação Agropecuária), uma metodologia fantástica criada na França e que vem crescendo muito na América do Sul, inicialmente adotada pela Argentina, depois Uruguai, Bolívia e atualmente entrando no Paraguai. O CREA consiste basicamente na troca de experiências entre grupos de produtores visando melhorar a eficiência produtiva e administrativa.
A dinâmica é caracterizada pela apresentação de informações fidedignas dos resultados da fazenda anfitriã, pela exposição de uma problemática da propriedade visitada e por propostas de soluções sugeridas pelos grupos de estudo formados pelos próprios participantes do projeto e eventualmente por técnicos ou produtores convidados.
Basicamente, a estrutura dos grupos CREA corresponde a um coordenador profissional contratado e um grupo de 11 a 20 produtores que se organizam por alguma afinidade, desde confiança e amizade, até regiões ou especialidades como cria, confinamento ou agricultura, que se encontram mensalmente alternando as propriedades anfitriãs.
As reuniões são bastante organizadas e contam com programação prévia e horários bem definidos. O encontro que participei foi na fazenda/empresa produtora de sementes de milho e do famoso sorgo gigante boliviano, que também atua na pecuária de ciclo completo.
Chegamos bem cedo para o café da manhã, e às 8h 30 começou a reunião com a rodada de novidades, momento em que cada um dos participantes do grupo apresenta o que de mais significativo aconteceu no último mês. Na sequência, tivemos a apresentação atual da propriedade, seguida de uma volta com paradas pela fazenda – como um dia de campo. Após o almoço, dois grupos de trabalho foram formados e isolados por cerca de uma hora para estudar as soluções para a problemática apontada – sempre orientados pelo coordenador. Por fim, aconteceu a exposição das soluções elaboradas pelos dois grupos de estudo e as conclusões com participação de todos, depois mais um lanche e pegamos o caminho de volta a Santa Cruz.
A experiência foi muito boa. É muito importante ver a fazenda abrindo suas contas, falando de suas fortalezas, e expondo suas fraquezas em busca de melhorar sua eficiência, com uma predisposição totalmente aberta a ouvir as sugestões dos grupos de estudo, que discutem os temas e apresentam uma análise crítica sem filtro, ou seja, “na lata”. O CREA não é uma disputa de egos, mas sim uma busca de melhorar os negócios. Depois dessa visita, eu saí convicto de que “O pior cego é aquele que não quer ver”, principalmente quando o capim do vizinho não só parece mas é de fato bem mais verde.
É isso aí, Vamos que vamos!