Olá meus amigos, inicio esta minha quarta coluna já passados dois terços de 2020, com a maioria de nossos eventos agropecuários postergada ou cancelada, mas também inovada ou transmitida digitalmente. Em consideração aos que fazem tanto pela nação, trato aqui sobre as Exposições e Feiras de Gado.

As feiras estão arraigadas desde muitos séculos às tradições da humanidade. Fontes apontam a existência destes eventos já a partir do ano 500 a.C., na região do Médio Oriente, mais especificamente na cidade de Tiro, na Fenícia (atual Líbano). Da Antiguidade para a Idade Média estes eventos, que duravam de três a dez dias (tal como hoje), foram se consolidando e crescendo cada vez mais; mercadores de terras distantes se reuniam aos comerciantes locais, em grandes praças para a venda dos mais diversos produtos, sendo que os animais, contando com os bovinos, se encontravam em grande número.

No decorrer dos anos, com a urbanização cada vez maior e com a especialização das exposições e feiras, o gado e demais animais foram separados de máquinas, roupas, comidas e produtos afins. As feiras de gado se desenvolveram cada vez mais quando os padrões raciais e as próprias raças se estabeleceram, em torno do século XVII, e a partir daí com a maior homogeneidade do gado também surgiram os julgamentos. Deste ponto em diante, as feiras de gado tornaram-se exposições. Tudo o que estava antes exposto dedicado à venda, agora também passava a servir de mostruário do trabalho desenvolvido pelos criadores que levavam seu gado para disputar campeonatos.

Grandes exposições cresceram e se consolidaram em diversas partes do mundo, países tradicionais na criação de bovinos, tanto para corte como para leite, hoje detém grandes feiras que são referências para a pecuária nacional como internacional. Algumas acontecem a cada três anos, como a Beef Australia, em Rockhampton (Queensland/Austrália); outras a cada dois anos, como a EuroTier, em Hannover (Alemanha); mas a grande maioria delas é anual, como a World Dairy Expo, em Madison (Wisconsin/EUA); a Sommet de l’Élevage, em Clermont-Ferrand (França); a Exposición Rural de Palermo, em Buenos Aires (Argentina); e claro, nossas grandes feiras, como a ExpoZebu e a ExpoGenética, em Uberaba (MG); a ExpoAgro, em Belo Horizonte (MG), e a Expointer, em Esteio (RS).

Ora pois, então porquê “DIA SANTO”? A palavra FEIRA vem do latim FERIA (dia santo ou feriado); isso se deve ao fato de tais eventos acontecerem frequentemente em feriados religiosos, onde até mesmo guerras ofereciam tréguas em respeito aos dias de comércio.

Bem meus amigos, cá encerro mais esta história, deixando exposto aqui tudo isso que as feiras e exposições representam à sociedade e à pecuária, o quão importante são. Mais que um simples evento para venda ou demonstrações, as feiras são momentos de encontros e reencontros, onde conhecimentos são compartilhados e os amigos se reveem. Neste ano parabenizo as ações em prol das feiras para que se adequassem à pandemia, para o ano que vem desejo que os encontros sejam possíveis e os avanços contínuos. Um abraço e até outra hora!