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Publicado em 14/12/2018
Por: Equipe BrasilcomZ
Olá, amigos da lida. Esta é a última coluna de 2018, admito que foi um ano árduo, como sempre são os anos de mudanças de percepções na busca de entender melhor os valores da vida e as possibilidades profissionais. Com esse espírito, mergulhei de cabeça em 2018, um ano de muito trabalho e reflexões em meio a um cenário turbulento na política, na economia e, principalmente, na moral da sociedade brasileira. Porém, como diz o dito popular dos velejadores: “Mar calmo nunca formou bons marinheiros”. Assim, continuamos firme em nossas convicções, agora amadurecidas por mais 365 dias de experiência e muito gado analisado no computador, nos sumários, nas pistas de exposições, nas centrais, e, principalmente, nos currais e pastagens de Brasil, Bolívia, Paraguai e Colômbia. Vamos adiante com a mente inquieta, a espinha ereta e o coração tranquilo para terminar bem o ano e começar 2019.
Aproveitando a frase do filósofo Sêneca, vamos encerrar conjecturando o cenário macro dos atuais rumos da seleção do zebu e as respostas de mercado.
A pista já esteve na moda no Brasil, e bastante valorizada, mas, hoje, precisa ser reinventada para voltar a patamares mais expressivos como referência de seleção. Considero os julgamentos muito importantes como promoção e busca do protótipo “perfeito” (true type) para cada raça. A dificuldade das associações tem sido a definição deste “tipo ideal” e a padronização dos critérios de julgamento.
Na Bolívia, as pistas mantêm importância, ao mesmo tempo em que os programas de melhoramento seguem crescendo em adesão. Outra percepção é a procura do mercado por touros profundos de costelas, musculoso e de tamanho moderado, condizente com o peso de abate no País, em torno de 450 kg de peso vivo. No Paraguai, o biotipo mais precoce e a preocupação com o tamanho na raça Nelore já estão consolidados tanto nas pistas como no campo, mantendo sustentabilidade muito interessante. Por outro lado, os programas de melhoramento genético, com DEPs estimadas, seguem crescendo em ritmo ainda lento.
Dos países que tenho visitado, o Brasil é o mais rico em número de programas de melhoramento e em adesão por parte dos criadores de gado de corte, todavia, também onde vejo a maior obsessão do mercado pelo TOP 0,1% em algum índice.
A princípio, tudo ótimo, pois há tempos preconizamos avaliações genéticas. No entanto, a superficialidade e o radicalismo na interpretação da composição dos índices e suas respectivas acurácias; o comprometimento de características como bons aprumos, biotipo, distribuição de massas musculares; e até características raciais colocam em xeque o lado bom da valorização das avaliações genéticas sem medida e critério pelo mercado.
Seguindo as indagações, será que índices sofisticados e até a genômica podem ser considerados como verdade absoluta? Será que alguns desses índices isolados estão privilegiando animais muito grandes? Será que a stayability segura o tamanho da vaca adulta mesmo em desafio precoce e ambiente muito acima da média nacional? Quais são os reflexos do TOP 0,1% para peso ao sobreano com o peso ao nascer e facilidade de parto?
Para encerrar, deixo minha percepção de que a demanda por genética zebuína por outros países tropicais irá continuar a exigir fertilidade, ganho em peso e caracterização racial – que é básico – além de eficiência alimentar, temperamento, biotipo precoce e morfologia funcional, tudo isso com certificação de programas de melhoramento. É isso aí, que 2019 venha com muito equilíbrio! Feliz Ano Novo!