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Sustentabilidade!

Publicado em 16/12/2021

Por: William Koury Filho

Prezados leitores, já estamos em dezembro, portanto esta é a última coluna do ano. Como de costume, neste momento, procuro fazer uma reflexão do que se passou em 2021, e na sequência, planejar e desejar um 2022 próspero e mais tranquilo em relação à saúde física e mental das pessoas. Foi muito importante para o agro brasileiro a repercussão positiva do setor de produção de alimentos durante a pandemia. Ficou evidente o quanto a atividade é essencial. Nesse período delicado e de tantas incertezas que atravessamos, o agro sempre se manteve ativo e otimista, e, assim, não faltou alimento no Brasil, além de um saldo financeiro muito positivo com as crescentes exportações. É, 2021 foi mais um teste de fogo para a humanidade e para a pecuária. Mesmo com um balanço positivo para o setor, não foi um ano fácil de atravessarmos. Tudo começou muito bem, com boas chuvas e arroba do boi firme, mas, no decorrer do ano, o percalço da seca bruta que assolou boa parte do Brasil, seguido de fortes geadas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, foi um golpe muito duro, acompanhado do alto valor da suplementação e dos produtos para o trato e a adubação das pastagens. Partindo para o epílogo do último trimestre: o drama da repercussão dos casos atípicos de vaca louca e o declínio das exportações de carne para China, exatamente no período de grande oferta de boi de confinamento aqui no Brasil. Outra variável que pode ser considerada, na minha opinião, é o fato de que algumas indústrias frigoríficas têm investido forte na produção e, atualmente, contam com seu próprio boi na escala de abate por uns dias durante períodos estratégicos para o mercado. O fato é que toda a conjuntura narrada anteriormente culminou em baixa abrupta do preço do boi. Mas, como em um roteiro de cinema, depois de uma bela história recheada de dias alegres e momentos dramáticos, o pecuarista que pode não entregou sua mercadoria a preço de banana, e, relativamente rápido, houve a recuperação de valor na arroba de carne vendida. Assim, o produtor volta a respirar aliviado e caminha protagonizando um final de ano auspicioso para o setor. As boas são que, além da abertura de novos mercados e da China já ter recebido a carne embarcada antes do embargo – o primeiro passo para voltar a importar –, nosso mercado interno segue firme, com tudo para aumentar o consumo nas festas de final de ano. E foi mais ou menos assim que acompanhamos o preço do boi bater no fundo do poço, mas lá no fundo parece que tinha uma mola. Pois é, a força da cadeia produtiva da carne regida pela lei básica do mercado de oferta e procura fez com que, na mesma velocidade que caiu, a arroba do boi subisse, recuperando os valores de outrora e já apontando para valores mais expressivos para o mercado futuro no início de 2022. E a tal da sustentabilidade, palavra recorrente em qualquer atividade produtiva nos dias atuais, é moda ou não? Parece que não é moda, não, mas sim uma necessidade. O conceito é fundamental para o sucesso de um negócio, e não podemos ignorar a tendência de que alimentos considerados mais saudáveis, seguros e de menor impacto ambiental ganharão cada vez mais espaço no mercado. Claro que o sabor também conta, e aí a carne bovina ganha muitos pontos, além do grande valor nutritivo. Recentemente, acompanhamos a conferência do clima, COP26, realizada na Escócia – reunião em que são definidos acordos sobre emissões globais de gases de efeito estufa em um jogo geopolítico no qual quem dita as regras são os países economicamente mais fortes e que conquistaram a credencial para liderar as discussões. É obvio que, além da preocupação ambiental, o maior interesse é econômico. Nesse cenário, o Brasil, embora com pouco espaço junto aos grandões, chama a atenção de todos pelas riquezas ambientais e minerais, pela fartura de água doce e pelo potencial produtivo gigantesco de alimentos. Nessa edição da COP, uma das bolas da vez foi o metano, em que o Brasil cedeu a fortes pressões e assumiu o compromisso de diminuir suas emissões em 30% até 2030, um prazo bastante curto para nos adaptarmos à tal questão. Será um desafio recuperar a grande área de pastagens em processo de degradação e melhorar o ambiente e a genética para encurtar o ciclo de produção da carne e diminuir a emissão de metano, principalmente para os pequenos produtores. Temos condição para cumprir com a meta, e nossa missão técnica é definir pacotes tecnológicos que se adéquem a diferentes realidades e permitam a exploração da atividade de forma mais sustentável, o que significa ser eficiente na viabilidade econômica, ser socialmente justo e ecologicamente correto, respeitando as culturas. Quanto mais eficiente formos em cada elemento da equação, mais sustentável será o nosso produto, o que repercutirá positivamente a todos os envolvidos. Feliz Natal para todos. Oxalá 2022 será abençoado e produtivo! Vamos que vamos!