Saiba mais sobre tudo que rola no mundo da pecuária!
Publicado em 15/06/2018
Por: Equipe BrasilcomZ
Olá amigos produtores, findou o mês de maio e temos aquela sensação de que o ano está passando rápido demais. O mês foi de muito trabalho de curral nas avaliações finais das provas intrarrebanho e na formatação dos leilões de reprodutores com aparte, formação de lotes, baterias e ordem de entrada – muitos que assistem a um leilão desconhecem a trabalheira desde os acasalamentos dirigidos, avaliações visuais, pesagens e mensurações até chegar ao formato apresentado. Pois é, em breve entraremos na temporada de comercialização de touros, os grandes responsáveis pelas mudanças genéticas na pecuária do País. No final de abril, estive na Colômbia. Uma experiência muito positiva, com o julgamento Brahman em Caucasia, além da qualidade dos animais em pista, oportunidade de conhecer lugares e pessoas interessantes. No Brasil, os juros baixam e o dólar dispara, as incertezas no cenário internacional e o ajuste de caixa necessário para o País sair do “vermelho” deixam claro que é preciso que o executivo aplique um remédio amargo para enfrentar a realidade; é também importante que a relação com o legislativo realmente mude, não podemos tolerar a velha política do “toma lá da cá”, aqueles que dizem nos representar devem trabalhar em prol do País. Estamos precisando! Temos de ser mais brasileiros, todos nós.
No tema técnico, mais uma vez, o touro é o personagem principal de nossa coluna, isso porque o número de descendentes gerados por ano faz desse ilustre personagem o grande responsável pelas mudanças na pecuária do País, tanto para o bem, quanto para o mal, afinal de contas, para uma boa colheita é preciso plantar uma boa semente. Diferentemente da agricultura de precisão, em que as decisões são embasadas por informações, conceitos técnicos e uma boa planilha financeira, na pecuária muitos produtores se utilizam de semente sem certificações ou garantias. Esses produtores, geralmente, não medem ou analisam os resultados para definirem se plantam a mesma “semente” na próxima safra ou mudam de produto/fornecedor. É inacreditável que um país tão forte no agronegócio ainda use tanto boi de boiada, isso é o mesmo que um agricultor usar o “milho de paiol” do vizinho porque viu umas espigas bonitonas que parecem boas. Além do boi de boiada, como caso extremo, também vejo que muito pecuarista compra touro como se fosse tudo igual. É necessário mudarmos o conceito e passarmos a enxergar esse produto como insumo. Se investirmos nos reprodutores proporcionalmente às avaliações genéticas e morfológicas, teremos uma safra melhor de matrizes de reposição, bezerros e bois para abate. Isso é o que vale! Da mesma forma que uma semente de capim com maior valor cultural (VC) vale mais em função da maior pureza e capacidade de germinação. Claro que o bezerro é 50% pai e 50% mãe, porém, um touro colocado com cerca de 30 vacas/ano e trabalhando por sete anos em um rebanho com 80% de fertilidade pode produzir 168 descendentes. Para fazermos uma conta simples, imagine que esse reprodutor imprima 1@ a mais de peso vivo na média de seus produtos à desmama, então teríamos 2.520 kg de bezerros a mais, que, cotados a R$ 5,60 o quilo, renderiam R$ 14.112,00. Essa diferença paga o valor do touro e ainda sobra a carcaça do marruco. Ainda vale a reflexão que o maior ganho se dá nas fêmeas de reposição, que poderão promover mudanças genéticas de forma cumulativa no rebanho - ano a ano. Para colocar o melhoramento genético na prática em um rebanho, mesmo se não for possível participar de um programa, basta se utilizar de semente certificada (touro avaliado) por um projeto consistente, e aplicar o mínimo de seleção nas novilhas de reposição e ser implacável com o descarte por fertilidade em vacas que desmamem bezerros fracos. Está feito! Sem complicações. Se for para dar um conselho, eu diria: não economize na semente. Como diziam os antigos em sua sabedoria popular: “vaca de tostão, touro de milhão”. Vamos que Vamos!