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Publicado em 31/01/2022
Por: Guilherme Faria Costa
Caríssimos, o ano vai se iniciando e cá estou redigindo mais uma de nossos contos. Alguns dias atrás estava de férias em minha região de nascença, o Sul de Minas Gerais. Serras, grotas e encostas são um ambiente um tanto quando familiar pra mim, assim como para onde iremos hoje, os Alpes Austríacos e a raça Pinzgauer.
A raça Pinzgauer é originária do Vale de Pinzgau, na região da província de Salzburg, e sua origem remonta ao antigo tipo Brachyceros célticos que se consolidou na região, no leste da Bavária (Alemanha), sul do Tirol (Áustria) e norte da Eslovênia. Oficialmente denominada em documentos no ano de 1600, os ancestrais do Pinzgauer já existiam em seu solar desde 450 a. C., começando a ser desenvolvida por volta de 500 d. C. quando pastores das encostas rochosas dos Alpes passaram a selecionar uma raça vermelha e branca. O gado passava o inverno estabulado e no verão seguia para as pastagens de montanha.
Aqui cabe um parêntesis, o Pinzgauer e o Simental compartilham a origem no Brachyceros célticos, mas são raças distintas, a começar pelo gene de pelagem; o padrão do Simental e o padrão do Pinzgauer têm comportamentos distintos de expressão, como eu já relatei na coluna “AZULEGA”.
Os programas oficiais de seleção iniciaram nos idos do século XVIII, durante o Império Austro-Húngaro. Assim como a grande parte das raças dos Alpes Centrais europeus, o Pinzgauer é genuinamente de dupla aptidão, se destaca além da ótima conformação de úbere, por sua fertilidade facilidade de parto, boa produção de leite, docilidade e longevidade. Apresenta ainda altas taxas de ganho em peso e elevado peso adulto (raça de frame moderado a grande). Como toda raça de montanha e de solos pedregosos, possui ossatura forte e ótima saúde de cascos.
O padrão de pelagem da raça é o que em inglês se chama de “lineback”, onde a cor do pelo é castanha nos flancos, cabeça e pescoço/peito, e branca no dorso, ventre e períneo.
Presente em vários países, vinte dois ao todo, mas com um efetivo não tão grande, muito presente no Leste Europeu, contando com variedades locais próprias. Além do Velho Continente, se encontra nos EUA, Canadá, Brasil (com rebanhos ativos no Paraná e em Minas Gerais) e África do Sul, principalmente. A África do Sul detém um rebanho de destque em qualidade e bastante representativo em volume, lá até foi desenvolvida uma raça do cruzamento de Pinzgauer com Nguni (raça nativa), chamada de Pinz2yl.
E por que motivo o título de “JOCHBERG HUMMEL”? O Pinzgauer é uma raça originalmente aspada de montanha, mas com o passar dos anos uma variedade mocha foi desenvolvida na Europa: Jochberg Hummel.
Bem, meus amigos, o Pinzgauer, assim como outras raças que já relatei e que irei relatar, não é das mais conhecidas e nem das mais expressivas, mas a exemplo de todas as raças criadas em seu ambiente de origem aqui e acolá, presta grande serviço à pecuária. Vocês ficarão surpresos ao ver cada vez mais como as outras mais de 800 raças e tipos bovinos nos auxiliam, desde suas terrais natais até o estrangeiro, de montanhas e planícies a florestas e desertos. Um abraço e até outra hora!